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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Coração Deficiente

(...) E você não consegue mais sorrir como sempre sorriu, não consegue ser a mesma pessoa do passado, aquela pessoa que sempre tinha amor demais pra dar, que gostava de gostar de todo mundo e hoje não gosta nem de sim mesmo, porque, no passado, alguém feriu toda a sua proeza de amar, de gostar, de se apaixonar pelos pequenos detalhes. Alguém conseguiu roubar todo o dom, toda a experiência, o sentido e a concepção que você tinha do amor. Eu passei anos tentando evitar me aproximar das pessoas por medo de quebrar a cara, de sair fuzilado e cheguei ao ponto de ser livre e fazer tudo o que eu tinha vontade, deixei o medo de lado e entreguei tudo o que eu tinha, entreguei meu coração, quase tudo o que eu possuía. Quis amar, experimentar de fato o que é sentir o friozinho na barriga, quis saber como é encarar alguém na escola, olhar pelo canto do olho e rir quando a outra pessoa olhasse também. Quis conhecer o recíproco, o de vai e volta, quis inventar o meu “pra sempre”, mas tudo o que fizeram foi pisotear, fuzilar, quebrar, machucar, ferir, tudo o que não presta fizeram com o meu coração, que já nem consegue mais bater, ele perdeu toda a força que tinha e o sentimento do amor se esvaiu em qualquer buraco que a vida deixou dentro de mim. Fiz de tudo pra tentar recuperar, procurei soluções que pareciam impossíveis... e eram impossíveis. Procurei milhões de coisas fúteis pra tirar esse desespero de dentro de mim, foi quando surgiu a proposta do PRIMEIRO AMOR, que nem era amor de verdade. Isso eu posso dizer que era recíproco, porque nem eu e nem ele nos amávamos, vivíamos a base de teatro, onde sabíamos interpretar muito bem. Então eu sair de cabeça baixa mais uma vez, com o coração na mão esperando uma pessoa passar pra pegar ele e cuidar, eu já não dava mais conta de cuidar sozinho daquele pequeno músculo que habitava dentro de mim.

Eu resolvi esperar pelo tempo. Ah o tempo, parece que ele nunca chega pra te tirar do abismo, ele mais parece seu inimigo nessas horas e você se sente só, como todas às vezes vocês havia se sentido. E a vida começa a te mostrar coisas que nem sempre são aconselháveis a seguir, sua vida parece que vai desmoronar a qualquer instante e seu limite já nem existe mais. Você sente ciúmes exageradamente do seu melhor amigo porque não tem outra pessoa de quem senti, ou melhor, não tem a pessoa da qual você queria sentir ciúme. Só lhe resta usar as pessoas, fazer que nem elas fazem com você, um amasso aqui, outro bem ali. Sua auto-estima está mais embaixo que seu pé, então o que fazer? Nada, você não tem mais nada à fazer, mesmo que pareça, o tempo não é seu inimigo, ele sempre esteve ao seu lado e você, de tão cego, não enxergou isso. Com certeza você já ouviu em algum lugar que “tudo acontece no tempo certo” e como duvidar disso? Não duvide, não importa o quanto você sofra com esse tempo, no fim você vai ver o quanto ele foi necessário pra te fazer feliz, o quanto ele foi útil na sua vida e o quanto ele é o seu melhor amigo.

Você precisa de algo que tire essa dor do tempo, a dor do seu coração que parece que continua sendo pisoteado e você não para de chorar porque é muito grande e forte essa tal dor, então em algum lugar você vai atrás de morfina, que é a única coisa que tira a sua dor, a raiva que está dentro do seu peito. A voz some, tudo some, parece que tudo já nem tem mais sentido e você continua duro feito uma pedra, depois que seus sentimentos se esvaíram por aí.

"Alguém entra na sua vida, Rouba sua vida, destrói sua confiança, agride sua auto-estima, estilhaça o pouco que resta da sua esperança no amor. E sai ileso."

Cazuza


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Acontece!



(...) Eu não sabia como olhar nos olhos dele, embora eu queria fazer aquilo, mas me sentia confrontado com a seriedade que só ele tinha, então baixava a cabeça toda vez que o passava ao meu lado no corredor estreito da escola. Eu precisava olhar nos seus olhos, precisava ver a formosura que ele expressava através de um sorriso, aquele sorriso que ninguém esquece, que só ele tinha, que só ele sabia dar. Eu não sei como, mas foi tudo muito rápido, essas coisas que você sente sem ao perceber quem está a sua volta. E foi desse jeito que eu me senti por ele, quando eu menos esperei ele estava nos meus pensamentos sem meu consentimento, mas pra que consentimento se me faz tão bem? Então eu deixei que seus olhares me fitassem naquela sala de aula, do lado da minha, deixei que seus passos me incomodassem ao descer a escada, deixei que ele invadisse qualquer lugar que parecia vazio e oco dentro de mim. Não quis, fui quase obrigado a me permiti a gostar de alguém que eu nem sei quem é, mas essas coisas acontecem assim mesmo, nem sempre precisamos conhecer pra gostar e agora eu só consigo ter olhos pra ele dentro daquele imenso colégio chato e tedioso. Agora eu sinto gosto de acordar às seis da matina, porque eu tinha certeza que iria encontrar alguém de muito especial sentado numa carteira falando de um assunto qualquer com os seus amigos e eu do lado de fora da sala de aula fitando cada parte do seu corpo, cobiçando, querendo ter pra mim independente de qualquer coisa. Porque ele me fazia senti bem apenas me olhando, mesmo sem a intenções que eu queria que ele tivesse para comigo.

E ele sabia me deixar bobo, sabia contorcer meus olhares por onde quer que passasse e quando sumia, corria desesperado para encontra-lo em algum lugar, em qualquer lugar que fosse. Eu necessitava olhar todo tempo, precisava esquecer um pouco das coisas e me concentrar em alguma coisa que me tirasse do sério, do tédio, de tudo que não me agradava. E ele sempre fazia isso por mim, aparecia sempre na hora certa.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Do lado de cá

Toda essa falta que eu sinto me fez te amar mais, sei lá, eu tenho andado atordoado com a vida, com essas coisas que você sente uma vez ou outra na vida, algo que se compare a um grande sentimento de paixão. Eu fiquei cansado de procurar por tua pessoa, pela tua voz, pela tua mão e pelo teu colo, embora todas essas coisas me fazem falta hoje em dia, porque você me acostumou a me agradar sempre que eu queria, mesmo quando eu nem merecia, você fez tudo pra ficar comigo, não tinha medo como eu era acostumado a ter. Medo te perder pra outra pessoa (e perdi), medo do futuro que eu nem conhecia. Talvez eu te ame de verdade, talvez seja só o meu psicológico que se acostumou ou então eu me obrigo todos os dias. Eu tenho tentado esquecer ao máximo tudo, tudo mesmo, tentado me livrar de procurar alguém pra ser feliz, porque sozinho eu não vou conseguir, tenho me sustentado com o sorriso das pessoas e com o meu de vez em quando. Eu não estou triste, só estou diferente do que eu era e essa mudança, que ninguém percebe, me faz pensar em atitudes que eu não queria cometer, só pra ver se você sai da minha vida, mesmo que eu não queria que você saia. A minha vida sempre foi muito cheia de ironia e paradoxo e o engraçado é que eu acho tudo isso tão normal. Eu não sei por qual motivo escrevo pra você, mas é a única maneira que eu vejo de matar essa saudade, essa vontade que eu tenho de te encontrar, essa vontade de ter você e mais meio mundo ao meu lado, é como se eu esperasse a resposta de todo mundo, é como se a minha vida se esvaziasse em qualquer lugar, é como se amor estivesse imperando, é como um bocado de coisa que não daria pra escrever agora. E eu escrevo com o amor que eu nem sinto, mas eu sei que todas essas palavras são alimentos...

Porque tudo ficou de um modo meio sem cor depois que você partiu e confesso que eu sofri, mas agora consegui ser independente, mesmo necessitando do teu abraço, da tua mão gelada escorrendo pelo meu corpo, eu não consigo te ver como meu futuro esposo, ou namorado e sim como um amigo, já não me permito ter esses pensamentos, eu já cansei de sonhar demais e de repente cair das alturas, de um mundo que... não existe? Ah meu amor, como eu sinto saudade das nossas conversas pelo telefone às duas e meia da madrugada, falando sobre o dia passado, planejando a semana... Como eu sinto falta. Essas canções que não me saem da cabeça, essas histórias que eu me vejo nela com você. Todas essas coisas tem me feito sobreviver aos dias de hoje, porque eu me permito pensar nas coisas que não prestam, mas me atraem de certo modo.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Partidas.




Eu não queria, você também não quer, mas somos obrigados a esquecer um pouco do nosso amor, sei que não é o certo, mas te ver longe de mim acaba com cada parte do meu corpo. Eu disse que não iria mais me importar com porra nenhuma que você fizesse, mas a minha cara diz tudo quando te ver com aquele carinha meio sem graça que você chama de namorado. Eu disse que te deixaria ser feliz, e eu ando feliz em te ver feliz, mas é justamente essa tua alegria que tá acabando com o nosso amor, porque você só tem tempo pra ele, só foge pra ir na casa dele e esquece que eu também preciso de dez segundos do teu precioso tempo. Eu disse que eu era egoísta e até demais, ainda mais por ti, que sempre conseguiu arrancar um sorriso de mim, que sempre está/esteve comigo e parece que tudo ficou tão longe da gente, tudo ficou meio áspero. As vezes eu tenho que me permiti te esquece por algum breve momento, até mesmo pra sofrer menos, pra ser orgulhoso uma vez na vida, queria esquecer de alguns momentos nossos e lembrar do último dia em que eu te vi, só pra eu não senti saudades do nosso passado, das vezes em que tínhamos segredos pra compartilhar e agora, a gente não tem tempo pra fazer isso. Eu tive que escolher outras pessoas pra está perto, tinha que ficar em casa te esperando, mesmo sabendo que tu não irias aparecer, eu até fui na sua casa atrás de um colo pra chorar e onde você estava? Estava sendo feliz em qualquer lugar do mundo que não fosse ao meu lado. Eu cansei de carregar toda culpa, todo esse sentimento de distância que eu achava que tinha provocado, cansei de sempre está aqui e você poderia dar um passo pra está aqui também. Eu me dei mais do que devia pra te ver todo tempo diante dos meus olhos, mas você sempre encontrou uma saída pra fugir deles e sempre conseguiu. Olha, eu não quero, em hipótese alguma, que nosso amor acabe, nossa amizade, sei lá, qualquer sentimento bom que tempo um pelo outro, eu só quero que você reveja o que tens feito pra salvar as nossas vidas, à que ponto chegamos, o que temos feito um pelo outro. Será que estamos sendo verdadeiros? Até quando você vai se permitir fingir que nada está acontecendo? Por favor, pensa nisso, eu preciso que você volte, eu preciso senti teu amor de novo, eu não quero que você abandone o que te faz muito feliz, mas dar uma chance para o que é nosso, eu sei que a gente não sabe viver um sem o outro.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Costumes



Sexta-feira, manhã perfeita pra se fazer qualquer coisa que não seja estudar, olhar a cara do professor na universidade, cidade grande qualquer. Seis da manhã, levanto om um bom dia que foi dito pela boca que procurei na madrugada, a sua. Sentado na beira da cama pensando no que irei fazer durante o dia. Você puxa aquela conversa informal e me dar um beijo e se direciona ao banheiro, você tem de ir trabalhar ou fazer qualquer coisa do tipo. Chegou a minha vez de ir pro banho, cara amassada de um fim de semana turbulento e proveitoso, me arrumo e sigo pra cozinha para o nosso café da matina. Você na ponta da mesa, café, jornal e um cigarro pra dar uma variada, conversamos sobre mil coisas e ainda tivemos quinze segundos para ter uma "DR". Você se levantou, quase correndo eu continuei a tomar o café tranquilamente, pegou sua mochila me deu um beijo, tirando quase meu fôlego e saiu.

Você em algum lugar, fazendo qualquer coisa importante e me amando. Eu em qualquer lugar, fazendo qualquer coisa inútil e te amando. Nossa rotina se estende, reuniões e trabalhos, você projetando algo e eu estudando a nova matéria do semestre de arquitetura, o meu pensamento só se dirige à você, somente. A rotina de uma sexta-feira acaba quando você me liga me chamando pra almoçar. Saio da faculdade ao teu encontro, te vejo na esquina fumando mais um cigarro, acredito ser o segundo e último do dia, pois eu odeio, você me ver e sorri como quem não quer nada, caminhamos em direção ao restaurante. Pegamos a mesa de sempre, a que dar de frente pra uma das avenidas principais da cidade, pedimos o mesmo de sempre e incluímos a batata frita. Conversamos sobre a manchete do jornal principal da cidade, sobre um cantor super famoso que iria se casar em breve com outro homem e que poderia ser um casamento caro. Aproveitamos a euforia do momento e brincamos de planejar o nosso casamento, como fazíamos de costume sempre que tínhamos um tempo livre. Trocamos carinhos e beijos, deixando meio mundo de boquiaberto. Estamos no futuro. Um beijo na testa, como de costume, se despedindo e voltando ao caos da vida humana.

Cinco e meia da tarde, meu celular vibra sobre a mesa do meu querido emprego, uma mensagem, sua:

"Happy hours hoje. Só nós dois. Às 20:30 "

Fiquei super feliz com a notícia, tanto tempo não iria a um bar, ainda mais só nós dois. Fiquei ansioso por aquele momento, queria te ver logo, já estava com saudades. Hora de sair do trabalho estressante, porém, meu tudo. Cheguei em casa super cansado e ao mesmo tempo disposto a uma noite maravilhosa ao lado do meu AMOR (palavra desiguinada dentro de um relacionamento à um dos parceiros.) e eu mal pude esperar ele chegar em casa feliz também por programar nossa noite, coisa que não me passara pela cabeça num fim de semana.
Cheguei no prédio e nem esperei o elevador descer, fui de escada, tropeçando em cada degrau. Baguncei toda a minha pasta procurando pela chave, abri a porta e... lá estava você tomando alguma coisa, me esperando chegar. Te vi sorrindo pra mim. O melhor sorriso do dia, se levantou, me beijou e me deu algo de presente. Corri pro quarto direto ao banheiro, pedi vinte minutos e você disse: "O tempo que você quiser". Aaaaaah, esse negócio de amar é demais. Voltei, vestindo uma bermuda, camisa polo e sandálias e ainda me achou exagerado.

Um dos bares mais frequentados da cidade foi escolhido por nós, quase não havia vaga, claro, meu atraso atrapalhou tudo, o que estava previsto para às oito e meia da noite, aconteceu às nove e quarenta e cinco e o melhor, você nem reclamou. Pedimos alguma coisa pra comer primeiramente e depois... "Hora de ser feliz". Cerveja, cerveja, cerveja e mais cerveja, ao todo vinte e sete cervejas tomamos em uma só noite e saímos conscientes daquele bar. Você pegou o carro e fomos pra casa. Fim de programa, game over. Tomamos banho juntos naquela madrugada de sábado, dormimos ao som de Chico Buarque, juntos, somente com uma cueca.
Preciso dizer o que rolou na noite?

São esses costumes que eu vejo daqui a uns cinco anos, eu e você, só nós dois dividindo uma casa, uma cama, uma vida. Felizes, planejando muitos outros fins de semana como esse, é assim que eu vejo a gente criando o nosso espaço, o nosso amor. Costumes que não são alvos de reclamações, até as brigas fazem parte de uma rotina de um casal feliz, se não houver briga, provavelmente não há amor ou algo do tipo. É assim que eu vejo o meu pequeno sorrindo daqui a algum tempo, que eu me vejo feliz, trabalhando, projetando, construindo cada dia mais a felicidade que eu sempre sonhei. É assim que eu vejo o amor.